domingo, 10 de julho de 2011

Flores que não retém brilho

Descrevo-a como se estivesse a presenciar o inusitado,  
Que precisamos pactuar através de nossas realizações  
Entre palavras, traços e sons,
Pois toda apreensão do que é visto
Incita os sentimentos a se elevarem
Pelo relevo que a imensidão
Estabelece por meio do êxtase de extrema ternura,
Incorporado em certos traços sutis
Do toque e da sensação de diferença
Que tudo que é belo condiciona
Frente aquele que maravilhado
Pensa em fixar o seu encantamento
Na construção de sua vivencia
Como se as flores não retivessem nenhum brilho. 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Gestos



Sou aquele homem que diante de um fato, compreende o perene nas coisas. Suas curvas são belas como um sorriso. Isso porque todo sorriso é uma alternativa para qualquer fim. Quando disponho a te-los na face, algo a mais que felicidade surge, por que um dia testemunhei sua diferença nas próprias coisas. As coisas não podem sorrir a todo tempo porque estão tristes; e há certa felicidade em sua tristeza. Mesmo que contraditório vista pelo ângulo humano, as coisas se manifestam como queiramos que seja. Pode refletir nossos pensamentos na aventura do encontrar qualquer significado, sendo que parte do principio de explicação que na maior parte do tempo, nem sorri e nem chove para deixar as rosas tristes.
Se existe uma dualidade ideológica nas coisas, é porque talvez houvesse um exagero em particionar como numa abóboda sua representação única. Desmembrá-la não é e nunca será o mesmo que conhecê-las. Conhecê-las diz respeito a deixá-las como estão, porque isso basta. Não preciso atribuir nome a todas as suas pétalas, preciso apenas vê-las caindo. Preciso perceber que a morte está no cair da folha que dança invariavelmente em seu destino. Posso adormecer em seu regresso contando que ela chegue até mim para me dizer o viu. Se não viu nada ficarei tranqüilo. Se chegou a perceber algo, logo surgirá uma idéia, que não é aquele que transfigura as coisas par além do que elas são. Pois se perceber que o movimento é uma justa manifestação de todo o gesto, perceberemos que isso é a essência que tanto procuramos, porque não posso encenar seu movimento, partindo da memória de apenas vê-las. Pois o que está ao meu alcance num eufórico momento é sua exclusividade reforçada pela esperança da vida. E talvez seja por assim dizer que indispensavelmente nascemos gritando qualquer coisa, e vamos aprendendo a dizer o que não tem palavras, conforme se aprende a qualificar nossas calamidades incontidas.
Ninguém pode dizer que a natureza pode saciar-se na morte. Muito mais evidente é o seu encanto quando atribuímos o pensamento movimentar a sua coragem, que simplicidade nenhuma retém em toda sua clareza.

Ânimo das coisas

Sou aquele homem que diante de um fato, compreende o perene nas coisas. Suas curvas são belas como um sorriso. Isso porque todo sorriso é uma alternativa para qualquer fim. Quando disponho a te-los na face, algo a mais que felicidade surge, por que um dia testemunhei sua diferença nas próprias coisas. As coisas não podem sorrir a todo tempo porque estão tristes; e há certa felicidade em sua tristeza. Mesmo que contraditório vista pelo ângulo humano, as coisas se manifestam como queiramos que seja. Pode refletir nossos pensamentos na aventura do encontrar qualquer significado, sendo que parte do principio de explicação que na maior parte do tempo, nem sorri e nem chove para deixar as rosas tristes.

Se existe uma dualidade ideológica nas coisas, é porque talvez houvesse um exagero em particionar como numa abóboda sua representação única. Desmembrá-la não é e nunca será o mesmo que conhecê-las. Conhecê-las diz respeito a deixá-las como estão, porque isso basta. Não preciso atribuir nome a todas as suas pétalas, preciso apenas vê-las caindo. Preciso perceber que a morte está no cair da folha que dança invariavelmente em seu destino. Posso adormecer em seu regresso contando que ela chegue até mim para me dizer o viu. Se não viu nada ficarei tranqüilo. Se chegou a perceber algo, logo surgirá uma idéia, que não é aquele que transfigura as coisas par além do que elas são. Pois se perceber que o movimento é uma justa manifestação de todo o gesto, perceberemos que isso é a essência que tanto procuramos, porque não posso encenar seu movimento, partindo da memória de apenas vê-las. Pois o que está ao meu alcance num eufórico momento é sua exclusividade reforçada pela esperança da vida. E talvez seja por assim dizer que indispensavelmente nascemos gritando qualquer coisa, e vamos aprendendo a dizer o que não tem palavras, conforme se aprende a qualificar nossas calamidades incontidas.

Ninguém pode dizer que a natureza pode saciar-se na morte. Muito mais evidente é o seu encanto quando atribuímos o pensamento movimentar a sua coragem, que simplicidade nenhuma retém em toda sua clareza.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Curvas belas como um sorriso

Se existe uma dualidade ideológica nas coisas, é porque talvez houvesse um exagero em particionar como numa abóboda, sua representação única.
Desmembrá-la não é e nunca será o mesmo que conhecê-las. Conhecê-las diz respeito a deixá-las como estão, pois isso basta. Não preciso atribuir nome a todas as suas pétalas, preciso apenas vê-las caindo. Preciso perceber que a morte está no cair da folha que dança invariavelmente em seu destino. Posso adormecer em seu regresso contando, que ela chegue até mim, para me dizer o que viu. Se não viu nada ficarei tranqüilo. Se por acaso chegou a perceber algo, logo surgirá uma idéia, que não é aquela que transfigura as coisas para além do que elas são. Pois se perceber que o movimento é uma justa manifestação de todo e seu gesto, perceberemos que isso é a essência que tanto procuramos, porque não posso encenar seu movimento, partindo da memória de apenas vê-las. Pois o que está ao meu alcance num eufórico momento é sua exclusividade reforçada pela esperança da vida. E talvez seja por assim dizer que indispensavelmente nascemos gritando qualquer coisa, e vamos aprendendo a dizer o que não tem palavras, conforme se aprende a qualificar nossas calamidades numa ação.

Ninguém pode dizer que a natureza pode saciar-se na morte. Muito mais evidente é o seu encanto, quando atribuímos o pensamento a movimentar a sua coragem, que simplicidade nenhuma retém em toda sua clareza.

Testamento do choro

No choro desesperado de uma criança que não sabe por que chora, assim são meus sentimentos. Talvez pela graça do momento em que muitos estão a chorar, em sua expressão calejada pelo silêncio, vistas na face que refletem nada mais que um ter porque chorar, não me descuido por nenhum momento. Vivencio o gracejo da eterna presença no choro, como se olhando para estrelas me encontra-se abraçado-as. Deposito todo meu cansaço naquilo que está longe de perceber porque nasce o choro. Ocorre-me por certo desespero, que aprendi a chorar com elas. Mas livremente optei a expressão das lagrimas, que sugerindo o esquecimento de algo que me pertence por um breve momento, sinto a instável vertigem de todo o universo existente em minha alma, colidir com as circunstancias que são o limite, vendo-as voltar angustiadas.
Quase compreendo a idéia do mundo nessa rota que trilha sozinha o infinito. Quase vivencio o momento como se fosse à pura verdade. As lágrimas são as respostas que não encontramos nos porquês. A fantasia do choro se apaixona mais facilmente quando está prestes a sentir o regresso de si mesma, numa ansiedade distante, porque no fundo sente saudades do tempo que já não é mais, pois a corrupção da vida requer sempre um esquivar ermo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


Presto atenção no mundo com reflexos prudentes. Como se as coordenadas presentes nas coisas deixassem de mutar nos sonhos. Que numa inspiração inabalável deixasse vivo aquilo que estava para morrer. Morrendo na eternidade de um sonho, o que transpira são tormentos possíveis; se torna aquela máxima duvida presente no devir. Movimento cujo enaltecimento se esconde num imperativo almejar estagnado. Quando o suposto significado, naturalmente impõem seu limite provisório, disfarçado teatralmente pela encenação da verdade.

Quem além de um aventurar-se no pensamento, e mascarado pela imaginação, consegue provar em águas claras o que ainda não atribuímos nome?

A natureza do mistério é sentimento. Assim como o impulso da vida é tornar-se destemido. Pois o abatimento possível em plena decadência uniforme ultraja dentre traços mediados pelo esquecimento sua pertença irrevogável. Como se a essência das coisas manifestasse seu desejo, naquilo que por um raso contemplar, determinasse a distancia entre um atributo existencial perante o mundo, e a certeza do que ainda não se vivificou numa possibilidade determinante como um feixe de luz.

Se tivermos mente aberta veremos que tudo é possível. E que embora não sejam pernas, o que se vê, são pernas que com tamanha naturalidade seguem um desequilibrado caminho. Pois o destino foi inventado por intermédio de um suposto contemplar ingênuo. Que não são pensamentos, mas são vestígios figurados em toda estrela, em seu elevar distante que num sussurro incandescente, distancia-se num lapso obliquo a angustia que usa da mesma cor que simbolizamos para o amor, e que por ventura aparece apenas em movimento. Se as coisas não permanecem neutras, visto que elas inspiram e nos transportam para o sonho, como podemos tornar o sentimento comunicável se cada aventura carrega em si tal inusitado transpirar?

domingo, 25 de abril de 2010




Quando pensamos na vida, pensamos em seu mistério. Pensamos em seu modo cauteloso de nos transpor em sua realidade. Tudo aquilo que está para além dos olhos, parece comunicar-se numa verdade. Isso porque quando percebemos o mundo ao nosso redor, podemos antes do sonho vivenciá-los através do pensamento, pois o pensamento no sonho foge o nosso controle. Tal admiração não está no mundo, mas em pensá-lo ingenuamente. Fantasias não bastam se de alguma forma não tenham a condição de serem verdadeiras, e a verdade pode ser o apenas o pensamento que não tem controle.

Quando me refiro ao mistério, estou querendo me referir à essência, que de algum modo pode ser pensada. As coisas têm um vir-a-ser constante, mas não em matéria de substância física, mas sim, de modo inteiramente abstrato. Nossos pensamentos podem estar embutidos nos próprios sentimentos, quando levados seriamente na luta pelo significado das coisas, e isso nos tira a verdade presente, para transcendê-la na imaginação. O movimento das mutações das coisas, não está apenas no concreto, muito mais em uma disposição de contemplo, antes e depois do choque com a realidade. E as verdades são inúmeras quando não compreendidas de modo criativo. Talvez o que modifica as possibilidades de uma existência digna, diz respeito ao vigor inserido, na determinação gerada pelo mistério.

Mistério! Que palavra cativante quando quer simbolizar nossos limites!

Mas porque escolhemos optar por um limite e não a eternidade vista nos sonhos?

Nas profundezas de tudo que se vivifica em lágrimas conceituais, mora uma esperança distante como o pesar saliente sobre o infinito, e um brilho destemido toma a totalidade do mundo e dos pensamentos, propondo por existir, um desesperado brandir. Em torno da qual está disposto a qualquer ocasião em que de modo irreversível estamos suspensos.

sábado, 24 de outubro de 2009


Vento frio e sol genuíno
Flores tristes e terra escondida
Vôo em desespero
Na estampa da vida
È a natureza como peça
Arquitetada pela sombra
Dos dias e o sono em tréguas
Artificial como a vertigem
De algo que aparenta o belo

O som que sai das coisas
Mostra os picos elevados
Da tortura de ser
Perante o mundo que existe
Apenas na lembrança
Na imperativa vontade de fugir
De criar asas e seguir até o fim
Da escala natural da consciência
Quando cria outros mundos

De não perder a vivência do sonho
Ou transforma-la em ingratidão e falta
Tudo isso se bastaria
Se não tivéssemos que recordar
Inconscientemente os limites do futuro
Da morte e da possível vida
Repetida no querer transcende

A essência não está no passado
Está no cair das folhas
Está no sussurro dos ventos
No propagar da vida em movimento
Sem lembrança
Sem visões e nem sonhos
Nem no sentir e no falar
Está no existir e mutar sem rumos
Está no desconhecido que impera
Porque nada mais justo que o não saber.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fases do amor


As fases do amor
Dependem da perda
Da separação que excita o pensamento
A movimentar as engrenagens
Enferrujadas pelo sentimento
A fim de regressarem novamente
A um por que
Que encontramos mais facilmente no amor
Seguida de um sadismo natural
Que adiciona à textura das flores
Um velar temporário
Que no angustiante papel da natureza
Precisa forjar
Para contentar-se da perda eterna deste mundo
Noutra e indiferente rosa
Embora sacie nas estações
Gestos de felicidade e contínuo enaltecimento
Das suas feições
Torturado pelo amor de si humano
As fases do amor crescem
Porque precisam nos comunicar de seu amadurecimento
Que enquanto sobrevive em seu aparente contento
Faz-nos pensar apenas na idéia
Se caso um dia tudo isso acabe
Talvez o amor venha nos buscar
Para viver novamente
Nem que seja só para aceitar a perda
Numa outra fase do amor.

domingo, 20 de setembro de 2009

Dez às nuvens do ar

Quem disse o primeiro pai nosso
Ele está no ar
Ou ele está nos sonhos?
Ou no contido amor

Qual a pergunta secreta
Que escondemos?

Quem sabe algum lugar
Há de nos dizer
Palavras sinceras
Como o açoite dos segundos
Entre um comovido pulsar
De uma flecha jogada ao medo

Quem sabe a verdade dos sentidos
Pode dizer o quanto estamos errados

Hoje é o dia de dez às nuvens do ar
Sobressalta no relevo azul
De uma consciência cheia de esperanças
Por determinações que fogem a nossa indagação

Mas chegado o tempo da aurora
Os dias compõem no suspiro
O mecânico salubre a nossa indiferença
Desfazendo todas as nossas certezas sensíveis

Bastando o conforto dormente de uma luz
Há um eco em nossa embriaguez
Que se qualifica da mesma forma
Como penas jogadas ao vento?


15/09/2009
Cristian Gladistone Kossmann
Matusalen Kossmann Bergamin